
“Amizade ou Conveniência”?
Nos últimos dias tenho pensado muito sobre a amizade. Até que ponto temos amigos verdadeiros? Será que existe realmente aquele amigo para toda hora? Vivemos rodeados de pessoas que fazem parte da nossa vida. Algumas vezes, sentimos afinidade por um colega, com quem se troca confidências, ideias e até se tem conversas mais politizadas. Enfim, é aquele que, de uma forma ou de outra, é considerado como um amigo.
Mas o tempo passa, cada um toma o seu rumo e, por consequência, há um distanciamento. Apenas o vazio, à distância e as lembranças.
No momento em que se estava por perto, a amizade era conservada. Longe, nada mais.
Acredito que amigo de verdade é aquele que não o esquece, que mesmo longe procura saber como você está, como se sente. É quem não se distancia mesmo a quilômetros longe. Penso que, durante toda a minha vida, tive apenas amigos por conveniência, talvez pelas tantas mudanças de vida que tive, algumas vezes por opção, outras fui levada a isso.
Em pleno século 21, será que existe amizade de verdade ou é apenas por conveniência?
Um amigo verdadeiro oferece segurança, liberta do medo, aconselha, não diz apenas o que queremos ouvir, mas abre os nossos olhos ao fato.
Sem amizade, a vida fica escura e sem alegria. Ter um amigo é ter alguém que me escute sem julgar o que digo, mas me aconselhe quando necessário. Posso dizer diante dele o que sinto, sem medo. Sei que o que lhe falo está bem guardado. Ao amigo posso dizer tudo, sem máscaras. Diante dele posso ser fraco, posso arrancar minha armadura e mostrar minhas feridas, para que ele me ajude a curá-las.
Porém, a amizade apresenta alguns perigos, e para que tenhamos amizades saudáveis e que nos tragam alegrias, precisamos levar em conta alguns deles:
O primeiro e o maior de todos é o tédio. Nenhuma amizade consegue resistir ao tédio. O segundo é a desigualdade dos amigos. Toda superioridade de um lado abala a amizade. Se somente um fala e sempre o outro escuta sem oportunidade de falar também não é legal. A amizade precisa de um tu e de um eu que estejam no mesmo plano para que possam crescer juntos e dar bons frutos. O terceiro são os agrados e as conveniências. Existem pessoas que mantém suas amizades à base de presentes, ou por conveniência, o chamado oportunismo. Como se pudéssemos comprar o outro. A amizade não precisa de agrados, mas de elogios e críticas verdadeiras, sinceras que leve o outro ao crescimento. Muitos relacionamentos são sustentados pela conveniência. Estas não são motivações verdadeiras e se agimos assim, jamais encontraremos uma grande amizade.
Por isso, fica aqui um pedido desta humilde amiga: não deixemos que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....
Pense nisso,
Beijos da amiga, Alê.